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O Júri e a Polémica

"Havia um júri com posições políticas muito diferenciadas. Foi uma ideia-chave, para mostrar que todos podiam conviver, para lá das divergências de opinião", recorda Raul Solnado. A selecção dos membros do júri foi ainda mais laboriosa do que a dos candidatos, até porque eles iam ficar 26 semanas consecutivas, o que implicava, além do compromisso de disponibilidade pessoal, resistência psicológica para suportar a polémica pública que necessariamente as suas decisões haviam de provocar. Desse júri histórico, imitado mas nunca igualado, restam dois sobreviventes: Maria João Seixas e Raul Calado. Dos três outros, Maria Leonor, Paulo Renato e Luís Sttau Monteiro, permanece a saudosa memória - no sentido exacto da palavra, pois, infelizmente, dessa presença televisiva não há rasto nos arquivos da RTP. Numa das inúmeras histerias de controlo financeiro de que a história da tv pública é fértil, alguém se lembrou de economizar nas cassetes vídeo e desgravou os prog

TV Memória

As recentes alterações à grelha da TV Cabo libertaram espaço para que surgisse no alinhamento do operador da PT um novo canal da televisão pública: a RTP Memória. A ideia, em teoria, é excelente, se nos lembrarmos das pérolas televisivas que a empresa terá no seu arquivo de décadas. Mas, na prática, o que se vê é de uma pobreza franciscana. Entrevistas com Manuel Monteiro, quando ele era ainda o recém-eleito presidente do CDS, sem um qualquer enquadramento que justificasse a repetição, jogos de futebol, sem qualquer característica especial, realizados há década e meia, debates sobre a localização da nova ponte sobre o rio Tejo, enfim, até parece que o critério foi começar a repetir sem qualquer critério, assim a modos de fazer uma busca e mandar para o ar os primeiros programas que apareceram em lista de exibição. Este é um mau serviço aos portugueses que pagam, pelo menos, 20 euros por mês pelo serviço da TV Cabo. Alegará a RTP que esta é, ainda, uma fase experimental e que, num

Os "Heróis" e Os "Casos"

Há quem diga, e Raul Solnado corrobora, que sem Fernando Assis Pacheco a Cornélia não nos teria visitado. Jornalista no "Diário de Lisboa", "coimbrinha", afamado, poeta reconhecido, estava longe de ser uma figura anónima nos meios culturais. Por isso, quando o seu nome surgiu, no primeiro sorteio dos boletins, Solnado teve um sobressalto, pegou no telefone e ligou-lhe: - Tu concorreste mesmo? - Sabes, é a minha cunhada. Ela acha que... - E tu vens? - Vou. Solnado respirou de alívio, a primeira barreira fora ultrapassada. Havia o perigo óbvio de o programa-concurso se ficar pelas récitas de finalistas liceais, ou seja, monótonos serões familiares. De resto, ao longo das 26 emissões, muitas foram as que não saíram desse âmbito. A primeira sessão lançou o concurso, a tal ponto que o Canal da Crítica, de Mário Castrim, que tinha sérias reservas sobre o formato do programa, designadamente quanto à sua configuração competitiva e às intenções propag