“Zip-Zip” terminou no fim de 1969, mais precisamente em 29 de Dezembro. Raul Solnado fazia então dois espectáculos por dia. Ao sábado era a lufa-lufa das gravações do “Zip-Zip” no Teatro Villaret, realizadas sem ensaio prévio. Na TV participava nas entrevistas e fazia, também, rábulas, que eram muito apreciadas pelo público. A seguir, rumava ao teatro. Mas “Zip-Zip” tinha que ter um fim. “Queríamos que o programa não cansasse”, revela hoje Solnado. Os protagonistas concluíram que estava na altura certa de dar por finda uma experiência que se encontrava em plena fase de êxito.
Solnado “inventou” o concurso “A Visita da Cornélia”, juntamente com Fialho Gouveia, durante um jantar. A vaquinha Cornélia, que ajudava Raul Solnado a manter a animação no concurso “A Visita da Cornélia”, exibido pela RTP em 1977, estava inicialmente para se chamar Margarida. Mas como em Portugal há muitas Margaridas, teve que ser escolhido outro nome, para não ferir susceptibilidades.
Solnado conta-nos esta curiosidade sabendo do que fala. De facto, a ideia de “A Visita da Cornélia”, um concurso em que pela primeira vez os participantes eram convidados a fazer prova da sua habilidade nas artes da representação e da interpretação musical, brotou do próprio Raul Solnado, em conjunto com Fialho Gouveia. Foi durante um jantar num conhecido restaurante lisboeta, “O Polícia”, conforme Solnado recorda hoje, que os dois conhecidos apresentadores televisivos cozinharam “o esquema do programa”. Os resultados da confecção revelaram-se brilhantes. A qualidade e talento de alguns dos participantes foi de tal ordem que os telespectadores falavam durante toda a semana no episódio anterior e não dispensavam a exibição do seguinte.
Segundo Solnado, a ideia surgiu pela necessidade, sentida por ele próprio e por Fialho Gouveia, de “fazer um programa que incentivasse o convívio da generalidade das pessoas”. Desejavam ambos criar um produto televisivo que pudesse constituir um virar de página sobre as feridas abertas pelos tempestuosos acontecimentos políticos de 1974-5. “Cumprimos os nossos objectivos”, conclui hoje Solnado, cujas rábulas com a vaquinha Cornélia constituíam uma das mais-valias do inspirado programa.
Antes do arranque, o título do concurso constituía um verdadeiro problema. Solnado não se recorda hoje como surgiu o nome de Cornélia para substituir o de Margarida. “Foi ao calhas!”, arrisca. E conta que uma vez, quando o concurso já estava em exibição, foi interpelado por uma alemã que vivia no Porto, que lhe disse: “O senhor mudou a minha vida!” O nome dela: Cornélia. Estava bem disposta e muito feliz por ter o nome de uma personagem muito popular de um programa muito popular, apresentado por um actor muito popular. Em “A Visita da Cornélia”, o apresentador mantinha um diálogo muito animado com uma vaquinha.
José Luís Feronha / Correio da Manhã, 05/12/2002
Solnado “inventou” o concurso “A Visita da Cornélia”, juntamente com Fialho Gouveia, durante um jantar. A vaquinha Cornélia, que ajudava Raul Solnado a manter a animação no concurso “A Visita da Cornélia”, exibido pela RTP em 1977, estava inicialmente para se chamar Margarida. Mas como em Portugal há muitas Margaridas, teve que ser escolhido outro nome, para não ferir susceptibilidades.
Solnado conta-nos esta curiosidade sabendo do que fala. De facto, a ideia de “A Visita da Cornélia”, um concurso em que pela primeira vez os participantes eram convidados a fazer prova da sua habilidade nas artes da representação e da interpretação musical, brotou do próprio Raul Solnado, em conjunto com Fialho Gouveia. Foi durante um jantar num conhecido restaurante lisboeta, “O Polícia”, conforme Solnado recorda hoje, que os dois conhecidos apresentadores televisivos cozinharam “o esquema do programa”. Os resultados da confecção revelaram-se brilhantes. A qualidade e talento de alguns dos participantes foi de tal ordem que os telespectadores falavam durante toda a semana no episódio anterior e não dispensavam a exibição do seguinte.
Segundo Solnado, a ideia surgiu pela necessidade, sentida por ele próprio e por Fialho Gouveia, de “fazer um programa que incentivasse o convívio da generalidade das pessoas”. Desejavam ambos criar um produto televisivo que pudesse constituir um virar de página sobre as feridas abertas pelos tempestuosos acontecimentos políticos de 1974-5. “Cumprimos os nossos objectivos”, conclui hoje Solnado, cujas rábulas com a vaquinha Cornélia constituíam uma das mais-valias do inspirado programa.
Antes do arranque, o título do concurso constituía um verdadeiro problema. Solnado não se recorda hoje como surgiu o nome de Cornélia para substituir o de Margarida. “Foi ao calhas!”, arrisca. E conta que uma vez, quando o concurso já estava em exibição, foi interpelado por uma alemã que vivia no Porto, que lhe disse: “O senhor mudou a minha vida!” O nome dela: Cornélia. Estava bem disposta e muito feliz por ter o nome de uma personagem muito popular de um programa muito popular, apresentado por um actor muito popular. Em “A Visita da Cornélia”, o apresentador mantinha um diálogo muito animado com uma vaquinha.
José Luís Feronha / Correio da Manhã, 05/12/2002
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